
Eu queria fazer-te um poema
Que nunca ninguém tivesse feito
Queria escolher palavras que nunca tivesse lido
Formular-te desejos que nunca sentiste
Desenhar-te em traços intermitentes
Colorir-te em cores surreais
Apanhar-te na simbiose cálida
De um fado com uma morna,
Descobrir-te na combinação
De um Dali com um Monet,
Encontrar-te na esquina
Da saudade com o agora.
E agora… e agora roubar-te
Da realidade para o sonho
Da calma para a tormenta
De uma tormenta de lençóis
Em cama revolta e enfim
Fazer-te o poema…
Escrito com os nossos corpos,
Declamado nos nossos sussurros
José Alberto Valente
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