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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Eu queria fazer-te um poema



Eu queria fazer-te um poema
Que nunca ninguém tivesse feito
Queria escolher palavras que nunca tivesse lido
Formular-te desejos que nunca sentiste
Desenhar-te em traços intermitentes
Colorir-te em cores surreais

Apanhar-te na simbiose cálida
De um fado com uma morna,
Descobrir-te na combinação
De um Dali com um Monet,
Encontrar-te na esquina
Da saudade com o agora.

E agora… e agora roubar-te
Da realidade para o sonho
Da calma para a tormenta
De uma tormenta de lençóis
Em cama revolta e enfim
Fazer-te o poema…
Escrito com os nossos corpos,
Declamado nos nossos sussurros


José Alberto Valente

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