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domingo, 25 de julho de 2010

Foz sentida com a Barra do Kwanza em fundo


Queria entender o arco-íris,
Perceber as imagens do nascente,
Percorrer o fio ténue da água,
Desde que nasce até ao poente.

Cristalina, cantante depurando os seixos
Que rolam contentes, corrente caprichosa
Criando vida nas margens e no leito
E morrendo no mar, preguiçosa.

Deixando o sal das marés livre e impetuoso
Beijar a foz que abre despudorada e sem margens
Num frenesim de borbulhas alterosas
O sol como testemunha, compõe aos poetas miragens.

Quisera ser arco-íris dos teus olhos
Do teu ventre o poente de nós
De teus seios a miragem de sol-posto
De tuas ternas coxas a minha foz.

Quisera perceber o teu olhar entrementes
Teus gemidos, grito de mim fascinado
Da descoberta do mais terno poiso, eu
Mar fecundo que te abeira o ventre salgado
José Alberto Valente

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